Consumo abusivo e dependência de álcool em população adulta no Estado de São Paulo, Brasil
por Guimarães, Vanessa Valente; Florindo, Alex Antônio; Stopa, Sheila Rizzato; César, Chester Luiz Galvão; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Carandina, Luana; Goldbaum, Moisés em
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Autor |
Ano |
Local de Publicação |
Local Tema |
Guimarães, Vanessa Valente; Florindo, Alex Antônio; Stopa, Sheila Rizzato; César, Chester Luiz Galvão; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Carandina, Luana; Goldbaum, Moisés |
2010 |
São Paulo |
São Paulo |
Objetivo: Descrever as prevalências de consumo abusivo e dependência de álcool em população adulta de 20 a 59 anos no Estado de São Paulo, e suas associações com variáveis demográficas e socioeconômicas. Métodos: Inquérito domiciliar do tipo transversal
(ISA-SP), em quatro áreas do Estado de São Paulo: a) Região Sudoeste da Grande São Paulo, constituída pelos Municípios de Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e Embu; b) Distrito do Butantã, no Município de São Paulo; c) Município de Campinas e; d) Município de Botucatu. Foi considerado consumo abusivo de álcool a ingestão em dia típico de 30 gramas ou mais de etanol para os homens, e 24 gramas ou mais para as mulheres.
A dependência de álcool foi caracterizada pelo questionário CAGE. Análises bivariadas e multivariadas dos dados foram realizadas a partir de Modelos de Regressão de Poisson. Todas as análises foram estratificadas por sexo. Resultados: Em 1.646 adultos entrevistados,
a prevalência de consumo abusivo de álcool foi de 52,9% no sexo masculino e 26,8% no sexo feminino. Quanto à dependência
de álcool, foram observadas duas ou mais respostas positivas no teste CAGE em 14,8% dos homens e em 5,4% das mulheres que relataram consumir álcool. Isto corresponde
a uma prevalência populacional de dependência de 10,4% nos homens e 2,6% nas mulheres. O consumo abusivo de álcool no sexo masculino apresentou associação inversa à faixa etária e associação direta à escolaridade e ao tabagismo. No sexo feminino,
observou-se associação direta do consumo
abusivo de álcool com a escolaridade e o tabagismo, e com as situações conjugais sem companheiro. A dependência de álcool no sexo masculino associou-se a não exercer atividade de trabalho e à baixa escolaridade. No sexo feminino não houve associação do CAGE com nenhuma das variáveis estudadas.
Conclusões: Pela alta prevalência de consumidores e dependentes, é essencial a identificação dos segmentos sociodemográficos
mais vulneráveis ao consumo abusivo e dependência de álcool. As associações entre a dependência/abuso e não estar exercendo atividade de trabalho, no sexo masculino, e a maior prevalência em mulheres de escolaridade
universitária, sugerem componentes para programas de intervenção e controle.